29/07/2011

Chantal Kreviazuk - Feels Like Home

Alguma coisa nos seus olhos, faz com que eu queira me perder
Faz com que eu queira me perder em seus braços
Tem alguma coisa na sua voz
que faz meu coração disparar
Espero que este sentimento dure pelo resto da minha vida

Se você soubesse como minha vida tem sido solitária
E há quanto tempo estou tão sozinha
Se você soubesse o quanto eu queria que alguém viesse
e mudasse minha vida do jeito que você fez

E eu me sinto em casa,
eu me sinto em casa
Parece que eu voltei todo o caminho de onde eu vim


Uma janela quebra, abaixo de uma rua longa, escura
e uma sirene toca na noite
Mas estou bem, porque tenho você aqui comigo
E quase posso ver que há uma luz em meio à escuridão

Bem, se você soubesse o quanto este momento significa para mim
E quanto tempo esperei pelo seu toque
E se você soubesse o como está me fazendo feliz
Nunca pensei que amaria alguém tanto assim

E eu me sinto em casa,
eu me sinto em casa
Parece que eu voltei todo o caminho de onde eu vim

E eu me sinto em casa,
eu me sinto em casa
Parece que estou de volta para onde pertenço
Parece que estou de volta para onde pertenço


Música

Uma pequena homenagem.


O personagem de RPG online que mais durou, Ethan Dawid Berkley, que uma vez foi Ethan Dimashk, que uma vez foi de Camille D'avontalle e uma vez (e pra sempre) de Elizabeth Delacour. Muita história, muito boas histórias.

-----------

"Nasci americano, educado como tal e até então não tenho perdido esse costume. Nunca fui um cara certinho demais, nunca soube por freios em mim mesmo. Se eu fosse você não me chamaria para um desafio se ainda tivesse dúvidas de que realmente valeria a pena. Devo ter isso nos olhos, queimando vivamente, não é? Essa coisa de topar todas e não ter limites. Imagine quando eu era mais novo, eu nunca neguei oportunidades, hoje não me arrependo de nada, raramente isso acontece. Claro... Sei que agora, decididamente, tenho um auto-controle. Com o tempo tornei-me de aventureiro a medidor de atitudes e conseqüências.

Sei separar o joio do trigo, sei o que é mais sensato, o que me é mais lícito, embora ainda sorria amigável a um convite cheio de adrenalina. Sei ser simples e complacente, extremamente social e bondoso. Não me irrito com facilidade, apesar de muitas vezes ser aquele que serve para tomar as dores e aliviar parcialmente os amigos delas. Odeio ver o quão são injustiçados, se nunca me viu com raiva é só procurar briga com algum deles, mas, obviamente, não deixarei que o faça. Sou assim com os que me cercam, com aqueles que se vale a pena o sacrifício.

Na maioria das vezes consigo ser bastante calmo e gentil, em outras peço que não pise no meu calo. Vingança, brutalidade, ódio não coincidem com a minha pessoa, posso ser simpático, cordial, divertido quando me dão oportunidade, agradável assim, quando se está em companhia. Sou apaixonado por natureza, me apego com facilidade aos pequenos encantos. Orgulhoso e sincero, mesmo que não saiba definir se isso é bom ou ruim. Sou um dos poucos românticos que ainda povoam a terra, e digo sem modéstia alguma, pois me sinto bem em ser e não me importo com a opinião dos outros desde que tenha fundamento. Respeito seus limites desde que também respeitem os meus.

Tenho uma família a que me dedico enfaticamente. Um pai e um filho louco por cada membro dela, um alguém que se possa chamar de “macho alfa”, sendo o principal responsável pela felicidade e pela boa estrutração dela. Às vezes pegajoso demais, medroso demais com a idéia de perdê-los. Dou a eles a chance de ter o que me foi privado. Cresci cercado de um amor duvidoso por parte de pai, o contrário do que se poderia dizer da mãe, sempre tão prestativa... Mas sempre me satisfiz com pouco, com o que verdadeiramente era preciso, vivendo sem enormes regalias ou pomposidades, apesar de meu pai possuir em sua família pessoas ricas, donas de diversos cassinos espalhados pelo mundo. Até então não me sinto tão à vontade com coisas assim, me esforçando em ser aceitável pela não-pretensão."

-----------


"Eles não concordavam em muitas coisas. Na verdade não concordavam em quase nada. Brigavam o tempo todo, eles se provocavam todos os dias. Mas apesar das diferenças, havia algo muito importante em comum... Eram loucos um pelo outro."

-----------

Dá vontade de começar tudo de novo, não dá?

Please, go away!



Ele entrou pela porta com algo nos olhos que a fez querer perder-se em seu abraço, com algo na voz que fez seu coração palpitar apressado. Ela esperava que isso durasse para sempre. Quando a tocou ela se sentiu em casa, como se nunca um dia a tivesse deixado, sentiu-se pertencer a ela, ter nascido e permanecido eternamente no mesmo confortável e seguro lugar. A forma de falar, de tratar, seus beijos... Era quase tudo o mesmo de antes, nada havia mudado muito, exceto pelo fato de que ele não era seu nem nunca mais seria.

Por incrível que possa parecer, ela havia se acostumado a isso, ao fato de que os caminhos estavam sendo trilhados em regiões bem diferentes, embora em algumas de suas curvas, eles tenham sido desenhados em formato de cruz ou x ou círculos. O importante é que, em um tempo ou outro, eles sempre voltariam a se encontrar. Quando ela se esquecesse dele, quando finalmente ela conseguisse caminhar sem sua ajuda, ele surgiria com uma versão nova do mapa e a guiaria, por pouco tempo, por sua própria via. A faria sonhar, a faria querer continuar, romperia a razão como alguém que corta um laço frágil de cetim com uma tesoura exageradamente afiada. É pelo fato de ela se sentir mais só do que de costume, sentir como se faltasse algo na sua vida que a fizesse descer numa queda livre, a colocasse de cabeça para baixo, como numa montanha russa e finalmente ela pudesse dizer que viveu de verdade. Falta aquilo que ela precisa para se sentir parte do mundo e ele tinha exatamente isso. Infelizmente, a altura não era permitida, algo a impediu de crescer, nunca iria aproveitar aquilo. Como antes, o destino não lhe escrevia o que ela gostaria de ler, talvez o destino fosse um daqueles moleques que gostam de aprontar e muito de repente a fizesse uma surpresa... Ele...

Ele estava ali ao seu lado, desfrutando, sem saber, de um vazio que só crescia. “Por favor, seja meu!” Ela quase implorou. “Preciso viver antes que eu morra!”, pois morria antes de viver. E não demorou para perceber, estava definhando. Quando ela se mudaria para um novo apartamento e a sorte bateria outra vez à sua porta com um sorriso de boas-vindas cheio de dentes escancarado no rosto? Ela não conseguia mais esperar, ela já havia desistido antes de tudo começar... Sabia que era apenas um pedaço de carne, mas a teimosia e a solidão a fizeram continuar desejando. Sabia que teria uma chance na vida, suas fobias seriam diminuídas e ele a ajudaria com todas elas. Sabia que ele seria esse cara, o que não quer te ver triste, mas contribui inocentemente para suas lágrimas molharem o travesseiro antes que te façam adormecer. Você se tranca no quarto e amanhece com raiva do sol, com raiva de seus pais, com raiva de ser tão tarde, com raiva de que daí em diante nada mais vai acontecer. Raiva do tédio, raiva da vida. Aí você começa a preferir coisas erradas e recorre a coisas erradas que só te colocam mais para baixo. Ela seria assim, pensava em morte, mas também na vontade de viver. Uma vida sem sentido, mas uma vida! Seria tão mais fácil que ele estivesse novamente ali. Não amor, não paixão, nada disso precocemente, mas amizade e sem sorte, nem o último poderia ser.

Não volta. Não desenha mais esses percursos fatalmente se encontrando. Não sinta mais nada. Ela já se acostumou a sua falta, não continue a torturá-la. Por favor, volte para onde veio! É covarde, é deprimente e a empurra cada vez mais à beira do abismo. Nunca pensou que ela poderia conseguir se virar a tempo de segurar o seu tornozelo?
 

O Curso do Vento © 2008. Chaotic Soul :: Converted by Randomness