Vestida em seu vestido marrom-glacê armado, envolto na cintura por uma longa fita cobre, tratava de carregar no dorso do cavalo aquilo que lhe daria o sustento ou um simples prato de comida para mais tarde à noite... Florista não significava trabalho fácil, hoje em dia nada é tão fácil quanto parece, nem o era há muito tempo atrás.
O chapéu de verão pendia em seu pescoço, preso, mas sem machucar. Ai de quem ousasse tal feito, macular a pele branca e salpicada de estrelas enegrecidas era como pecar o maior pecado do mundo. Felícia era pura e seu sorriso o mais bonito.
Manhã de 1814, o sol ainda tinha sono... Era um vale, um jardim, o quintal do casarão do barão e família. Estavam à beira de um lago, ele deveria ter pagado para faze-lo, havia muito mais dinheiro do que aqueles bolsos agüentariam carregar, ou aquelas cestas cheias de flores que Felícia era encarregada de encher até a borda. Não fosse isso não seria bem paga, ainda que o que recebia era uma miséria.
Mas aquele quintal, embora lhe fizesse ter repulsa pelo esbanjamento do barão e a fizesse erguer um canto dos lábios, lhe dera o melhor presente que poderia desejar em toda sua vida... Quando o sol nascia toda sua luz tocava primeiro os vinhedos e os álamos, e as grandes construções de trepadeiras nos muros altos do casarão. O orvalho era sugado de volta ao céu, e as ervas e gramíneas pareciam balançar a música matinal... Havia flores por todos os lados e cestas rasas para se encher.
Ao abaixar-se Felícia contentou-se em arrancar com certa tristeza nos dedos e olhos uma tulipa corada em vermelho. E uma a uma foi sendo arrancada, enquanto o som de sua música ressoava, a florista irrompeu um canto junto ao coral da mãe natureza... Era primavera!
O chapéu de verão pendia em seu pescoço, preso, mas sem machucar. Ai de quem ousasse tal feito, macular a pele branca e salpicada de estrelas enegrecidas era como pecar o maior pecado do mundo. Felícia era pura e seu sorriso o mais bonito.
Manhã de 1814, o sol ainda tinha sono... Era um vale, um jardim, o quintal do casarão do barão e família. Estavam à beira de um lago, ele deveria ter pagado para faze-lo, havia muito mais dinheiro do que aqueles bolsos agüentariam carregar, ou aquelas cestas cheias de flores que Felícia era encarregada de encher até a borda. Não fosse isso não seria bem paga, ainda que o que recebia era uma miséria.
Mas aquele quintal, embora lhe fizesse ter repulsa pelo esbanjamento do barão e a fizesse erguer um canto dos lábios, lhe dera o melhor presente que poderia desejar em toda sua vida... Quando o sol nascia toda sua luz tocava primeiro os vinhedos e os álamos, e as grandes construções de trepadeiras nos muros altos do casarão. O orvalho era sugado de volta ao céu, e as ervas e gramíneas pareciam balançar a música matinal... Havia flores por todos os lados e cestas rasas para se encher.
Ao abaixar-se Felícia contentou-se em arrancar com certa tristeza nos dedos e olhos uma tulipa corada em vermelho. E uma a uma foi sendo arrancada, enquanto o som de sua música ressoava, a florista irrompeu um canto junto ao coral da mãe natureza... Era primavera!